A Polícia Federal deflagrou, em 15 de setembro, a Operação Boiúna, uma das maiores ofensivas recentes contra o garimpo ilegal no Rio Madeira, entre os municípios de Manicoré e Humaitá, no Amazonas. A ação resultou na destruição de 71 dragas até o meio-dia do primeiro dia, equipamentos usados para extração mineral que estavam instalados irregularmente em balsas.
Danos ambientais do garimpo
O garimpo ilegal no Rio Madeira representa uma grave ameaça ao meio ambiente. A atividade provoca desvio de cursos d’água, assoreamento, destruição da fauna e flora aquática e, principalmente, a contaminação por mercúrio, metal pesado usado no processo de separação do ouro.
Estudos já apontaram que o mercúrio despejado no rio se acumula na cadeia alimentar, atingindo peixes e, consequentemente, as comunidades ribeirinhas que dependem da pesca para subsistência.
Ações da operação
As equipes da Polícia Federal, com apoio da Polícia Rodoviária Federal e da Força Nacional, atuaram sob autorização judicial que permitia a desativação e destruição imediata dos equipamentos. Segundo a PF, não destruir as dragas permitiria que os garimpeiros retomassem as atividades rapidamente.
A participação de órgãos ambientais e trabalhistas também foi destacada: além da repressão, houve fiscalização de condições de trabalho e avaliação dos impactos ecológicos da região.
Proteção da Amazônia como prioridade
A operação reforça a linha de ação do governo federal de intensificar a defesa da Amazônia contra atividades predatórias. O Rio Madeira, um dos principais afluentes do rio Amazonas, é estratégico tanto para a biodiversidade quanto para as comunidades tradicionais que dele dependem.
Conforme a PF, o objetivo é enfraquecer economicamente o garimpo ilegal, inviabilizando sua continuidade e, assim, reduzir os danos ambientais que já atingiram níveis críticos.
Desafios e próximos passos
Apesar do impacto imediato da destruição das dragas, especialistas alertam necessário manter operações constantes e investir em políticas de recuperação ambiental. Sem isso, o risco é de que o garimpo retorne, pressionado por interesses econômicos e pela ausência de alternativas para parte da população envolvida.
Ainda assim, a Operação Boiúna é vista como um passo importante na proteção do Rio Madeira e da Amazônia, reafirmando a necessidade de conjugar fiscalização, presença estatal e políticas de preservação.
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